terça-feira, 19 de junho de 2012

A CARREIRA DE PORTUGAL NO EURO

Ora bem,

Antes de embandeirarem em arco, ficou provado que somos uma equipa que, por si, não vai a lado nenhum! Precisamos do empurrãozito externo da ordem. Até ao golo da Holanda (11 minutos) tivemos 1,5 minutos de posse de bola! Por quê? Por que não há maneira do Paulo Bento conseguir incutir àqueles tipos uma ideia intrinseca acerca do jogo. Não temos uma ideia de jogo nossa e se conseguirmos rectificar isso... Contra a Alemanha e ontem o empate bastava pelo que a nossa postura inicial até sofrer o golo em qualquer dos jogos foi de expectativa. Mas isto é porque estávamos numa fase de grupos, sempre em gestão... (nisto não deixo de apreciar a equipa alemã! Com eles o "chip" é só um: ganhar, onde e contra quem for! Lá está, não há dúvidas ou tibiezas entre os jogadores. Quem não jogar para a frente, não entra ali). Repito, a jogar tudo por tudo, não vi ainda uma equipa superior à nossa! E espero mesmo que se os alemães não perderem com a Grécia (atenção que o Fernando Santos é mais tacticamente que o Paulo Bento apesar de não ter equipa) os reencontremos para lhes mostrar isso mesmo!

Daqui para a frente há um factor positivo que impedirá a repetição desta postura: é a eliminar pelo que temos desde logo que dar à perna...

Voltando a ontem, há que ver que finalmente tivemos o Ronaldo concentrado do Real Madrid e, aqui como lá, isso é meio caminho para se ganhar o jogo. O Van der Weil é grande jogador mas... Ronaldo é um caso à parte. Especialmente quando, como finalmente aconteceu, abandonámos o espartilho de por o tipo a defender. Caramba, se ele é brutal a atacar para quê desperdiçá-lo a defender? Soltem o animal pelo campo fora, dêem-lhe liberdade e pronto, ele resolve! Ainda que ao lado tenha um Postiga que ao fim de um sprint de 20 mts já não consiga rematar em condições isolado frente ao guarda-redes... treme muito o Postiga, treme tanto que parece correr para trás de tanto medo em chegar ao momento da decisão de enfrentar o dito... falta de confiança que vai passar quando o Nélson Oliveir ganhar maturidade e... o lugar no 11!

O resto da equipa esteve também muito bem, a começar pelo Patricio. A defesa muito certa apesar de jogar grande parte do jogo no 1 x 1 com os avançados deles (Robben, Van Persie, Huntelar e, depois, ainda mais o Affelay). Os centrais estão bem, o Coentrão já tem mais ajuda (Moutinho, Veloso e Meireles revezam-se na cobertura ao lateral quando o Ronaldo não vem) e o João Pereira, enfim, uma assistência para golo, várias arrancadas brutais e quase finalização de 2 delas. Afinal quem é que vendeu este tipo por 3,6M€????? A quem é que vão ser pedidas responsabilidades?

O meio campo tem em Veloso e Moutinho os dois jogadores dos tempos do Sporting que levaram o Paulo Bento a ser 2 vezes vice-campeão nacional. Estão bem, confiantes e mais maduros. O Meireles está fisicamente nas lonas (como é costume) e serve-se da boa leitura de jogo para suprir lacunas brutais em termos de rendimento. É o elo mais fraco do miolo.

A frente, pouco há a acrescentar relativamente ao Ronaldo e ao Postiga. O Nani continua a ser uma alavanca ofensiva, raramente uma bola nele não termina numa situação de finalização. É o apoio ideal para o Ronaldo de ontem (até porque é juntamente com o João Pereira e o Coentrão, os únicos que conseguem acompanhar as cavalgadas do Ronaldo quando vai por ali fora em contra-ataque). Tacticamente está bem a apoiar o João Pereira. Tudo isto, sabem porquê? Vejam quantos jogos fez durante toda a época... pois, pois chegar a esta altura com mais de 60 jogos nas pernas é... e ele esteve grande parte da época de férias no United. Ainda bem para nós!

E a Holanda? Que vergonha... parece o nosso Saltillo. Depois daqueles 10 minutos iniciais de trabalho em equipa foi cada um para seu lado, a fazer o seu número, sectores completamente desligados, uma lástima a falta de atitude defensiva, não pressionavam nada! Pareciam uma equipa dos anos 60 a jogar e a... deixar jogar. Assim não se ganha a ninguém e ficaram justamente em último lugar. Era a pior equipa do grupo embora a que tivesse melhores jogadores individualmente considerada, do meio para a frente. É assim, o que ganha jogos são as equipas e a Holanda não soube ser equipa. É por isso que não embandeiro em arco. O jogo de ontem não é exemplo para o que vamos encontrar daqui para diante.

A começar pela Rép. Checa que será o oposto disto: uma equipa pressionante, muito arrumada defensivamente que tem em Pilar e Jiracek os dois jogadores que fazem as mudanças de velocidade, bem apoiados pelo Gebre Selassie. Na frente, o Baros não é pera doce pela movimentação apesar de já não ser o avançado dos tempos aureos. Não me esqueci do Rosicky mas as lesões fazem dele uma incógnita. Se ele jogar, muita atenção!!! Atrás, o baluarte da equipa, Petr Cech. Mas o que conta é o conjunto e deixo já aqui o alerta, quanto mais tempo demorarmos a marcar o 1º golo, mais cansados ficaremos e mais perigosos eles se tornarão porque fisicamente são muito resistentes e têm mais um dia de descanso. Portugal é melhor, tem a obrigação de passar mas não podemos esquecer que já perdemos com eles em 96 em situação similar, graças ao Poborsky e à nossa ineficácia ofensiva. Ora, se continuarmos por este caminho a perder golos... e penso que ninguém quer levar aquilo para penaltis, o Bayern que o diga...

Aliás, as perdas de golos da nossa parte fariam de nós a chacota da Europa nesta altura em caso de não apuramento. Há que rectificar isto porque contra a Itália, França e, especialmente, Espanha ou Alemanha, sem eficácia nas poucas oportunidades que teremos, não ganharemos e neste momento penso que deveremos ser ambiciosos e almejar o titulo. Sinceramente, não vejo equipas muito melhores que a nossa e não é pelo jogo de ontem, é pelo que conseguimos fazer (volto ao inicio) quando pressionados.

O Paulo Bento vai manter o "11" e, neste caso, com lógica, atento o facto do adversário nos deixar entrar a mandar e o Postiga (única dúvida que se colocaria) ser bom para este jogo com defesas mais fisicos e duros de rins. Há ainda a possbilidade do Meireles não recuperar fisicamente e nesse caso iniciariamos o jogo com o Custódio a "6" e o Veloso a interior esquerdo. Tudo normal e sem movimentações estruturais.

A terminar uma reflexão, fossemos nós tão competentes na nossa classe politica como somos em várias actividades profissionais como o futebol é demonstrativo (estamos entre os 8 melhores da Europa e não podemos ficar por aqui) e este País ainda seria a grande Nação que outrora foi! Ao menos que eles levem longe, na ambição e na conquista, o nome de PORTUGAL! De facto, estaríamos melhor sem politicos.

Luís Rasquete

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