O Sporting, legitimamente, optou por contratar um lateral esquerdo o que indicia a saída de Alvalade do lateral esquerdo da selecção argentina em ano de mundial. Rojo, concorre na posição com Leonel Vangioni, do River Plate, e afigura-se claro o desinteresse do Sporting em valorizar o jogador em ano de mundial na sua posição de origem o que só se pode explicar na sua saída eminente, ainda que o Sporting detenha apenas 25% do seu passe.
É certo que o jogador actuou toda a época que ora findou a central e subiu de rendimento com o decorrer da mesma mas estamos perante uma conjuntura especifica e trata-se de um jogador que actua numa das melhores selecções do mundo sendo que, com todo o respeito que merece Jefferson, jogador por jogador na posição de lateral, a escolha seria óbvia.
Jefferson representou, entre 2007 e 2013, 9 clubes e soube aproveitar o supra descrito enquadramento do Estoril para estabilizar e encontrar um espaço de conforto e rotinas com os companheiros, potenciando assim as suas qualidades.
Trata-se de um jogador sem grande pedigree não obstante as passagens por Palmeiras e Fluminense, trabalhador aplicado, rápido, com propensão ofensiva acentuada, que cruza e chuta bem. Tem deficiências no posicionamento defensivo e é praticamente nulo no jogo aéreo.
Foi um dos destaques da Liga 2012/2013 na sua posição. Mas será jogador para um clube com ambições a títulos e a fazer carreira europeia (assinou um contrato de 4 anos, recordo, e não se espera que o Sporting esteja outra época fora da Europa, para lá da que se avizinha)?
Jefferson nunca aspirará, salvo melhor opinião, a atingir a selecção brasileira até porque para tal o valor dos atletas não é, como se sabe, a condição determinante mas, neste caso, trata-se também de uma questão de qualidade intrínseca.
Mais, seria a melhor opção a nível interno? Seria a melhor opção na relação preço/qualidade/nacionalidade? Seria ainda e tendo presente o mercado externo, a melhor opção?
Trata-se, claramente, de uma opção para "consumo interno", mas mesmo aqui deixo apenas um nome a titulo de exemplo no mercado interno: Rúben Ferreira, português, internacional sub-21. Forte nos duelos individuais, rápido, pior que Jefferson a atacar mas melhor a defender e muito superior no jogo aéreo, desde logo pela diferença de estatura. Com outra margem de progressão desde que devidamente enquadrado e já com experiência nas competições europeias. Veremos se ficará no Marítimo ou se irá para outra equipa e a época que ambos farão.
Não me vou alongar sobre outras possibilidades que o Sporting teria no mercado europeu e a custo mais reduzido que os alvitrados 400 mil euros que custou o passe de Jefferson mas, reiterando o respeito pela opção dos dirigentes do Sporting, sou de opinião que independentemente do contexto financeiro, ao Sporting não se exige "muito", basta a excelência e ser primeiro em todas as competições nas quais entra!
Tudo o que seja entrar em campo com outro pensamento que não o da vitória é renegar uma História de 107 anos. E o dinheiro ou neste caso, a falta dele, não legitima que se admita menos excelência, também na prospecção.
A terminar, mais importante que a análise individual supra efectuada e onde de facto pretendo chegar: há planificação no futebol do Sporting? Há definição de um modelo de jogo? De um perfil de jogador que nele se integre?
O passado recente, bem traumatizante e caracterizado por incompetência e má-fé deixou o Sporting num ponto de... não retorno! Não há segunda hipótese! Urge que o Sporting que ora se constrói caminhe de forma segura, com Esforço, Dedicação e Devoção ao encontro da Glória, do Desígnio Sporting Clube de Portugal!
Saudações Leoninas
Luís Rasquete